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Arquitetos: Z-level
- Área: 150 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Babis Louzidis
Localização
A região de Manu, no sul do Peloponeso na Grécia, é um lugar especial. Sua turbulenta história, beleza natural crua e arquitetura característica, proporcionam aos visitantes uma experiência inesquecível. Trata-se de um bem raro e muito valioso da Grécia, que está começando a aceitar a todos, incluindo muitas pessoas de fora do país que desejam instalar-se na área para passar os verões ali.
A Casa da Torre encontra-se em Exo Nyfi, um assentamento tradicional abandonado com torres de pedra localiza-do no lado leste de Mani. Foi esse o local onde John Kassavetis filmou seu longa "A tempestade". Implantada na colina, a residência tem vista da paisagem de Mani, a suas plantações de oliveiras, e ao mar. Inicialmente, um edifício abandonado megalítico de dois pavimentos que data do século 18, separado da rua com acesso apenas através de um caminho de paralelepípedos; a ruína encontrava-se em um jardim de oliveiras, alfarrobeiras e cactos, abrigados no ádito da ladeira como em uma cova. A leste, o pátio é adjacente a uma terra do século 16, que é um monumento histórico, e, ao lado, havia uma capela bizantina com pinturas murais do século XII.
Objetivos
A intenção do projeto era uma renovação econômica da casa-torre e sua transformação em uma vila de férias que emana um espírito original da região. A residência foi projetada para funcionar como um ponte de partida e um lugar para se familiarizar com a beleza natural de Mani, assim como sua riqueza cultural, ajudando, assim, a chamar atenção sobre os assentamentos tradicionais da região, já que pouco a pouco foram abandonados com o passar do tempo. O principal desafio enfrentado no processo de projeto foi a forma de criar uma relação dialética entre o edifício e seus antecedentes históricos, e a introdução da ampliação do edifício existente e seu assentamento tradicional.
A completa falta de infra-estrutura (acesso, água, saneamento, fornecimento contínuo de energia elétrica) fez com que a auto-suficiência, a gestão ecológica e o projeto bioclimático, tornassem-se condições obrigatórias que vão de encontro às formas tradicionais de fazer frente à pobreza da terra e um foco em ocupar apenas o que é absolutamente necessário. O projeto concretizou-se tomando em conta, em todas as etapas, a capacidade restrita de construção. As dificuldades de acesso também exigiram uma gestão dos meios e recursos.
Projeto
"Maina" foi projetada de acordo com os tipos de residência vernaculares dos assentamentos conservados em Mani com o objetivo de adaptar-se ao contexto dos edifícios existentes na região. Na configuração das áreas ao ar livre, utilizou-se um vocabulário diferente ao do edifício, a fim de estabelecer uma relação interativa entre paisagem física e histórica direta, e o novo uso do edifício.
O edifício original foi mantido como um volume longo e estreito, que se desenvolve de forma perpendicular às curvas de nível da ladeira, da mesma forma que as outras residências do assentamento, com vistas ao mar e ao oriente. Inclui dois pavimentos com uma superfície total de 88 metros quadrados. A nova ampliação de 62 metros quadrados compreende um segundo volume longo e estreito, adicionado ao antigo edifício, mantendo as mesmas relações verticais com as condições topográficas da paisagem. Os três pavimentos da residência constituem espaços individuais; a distribuição adequada das aberturas asseguram luz natural e ventilação durante os calorosos verões de Mani. O local pode ser utilizado como uma residência única ou como duas unidades independentes: a "Katoi" (para 4 ou 5 pessoas), e a "Anoi" (também para 4 ou 5 pessoas). Cada pavimento possui um acesso independente às áreas ao ar livre, e cada um foi projetado individualmente de acordo com a luz solar incidente e a paisagem natural em vista.
A Casa Torre foi um edifício construído em fases sucessivas no tempo, com o objetivo de cobrir todas as necessidades de espaço de seus distintos usuários. Sua recente transformação em uma casa de férias ecológica tem a intenção de deixar uma marca de luz na longa história do edifício e de abrir um diálogo entre os viajantes e o local.